domingo, 22 de fevereiro de 2015

Pensando alto

*O texto abaixo foi originalmente postado no blog Uma dose de Café.

Esse foi um final de semana ótimo, me diverti como nunca. Aliás, nos últimos meses eu tenho estado muito bem, tenho ignorado qualquer sinal de tristeza e a solidão que antes me assustava hoje tem sido uma boa companhia. Eu cheguei em casa ontem completamente exausta depois de uma festa incrível, tomei um banho, vesti meu pijama e liguei o computador, ainda sem sono por causa do energético que alguém colocou no meu suco. Coloquei uma playlist aleatória e aquela bendita música tocou. Não a nossa, por que essa eu já enjoei de tanto ouvir. Aquela outra, que a gente dançou tentando imitar a coreografia do clipe. Aquela que mesmo não sendo tão especial na nossa história, me dá uma saudade danada de você. 

A gente inventa um monte de motivo idiota pra não falar mais com aquela pessoa que mexe com nossa estrutura né? Talvez isso seja um baita erro, eu já devia ter me acostumado com você e com todas as lembranças e nada ia sair do lugar dentro de mim. Mesmo depois de todo esse tempo. Mesmo eu sabendo que estou bem melhor sem você e que não daríamos certo nunca, mesmo com tudo isso eu ouço essa música e sinto tanto a sua falta. Puta merda, como eu sinto. Chego a torcer pro celular tocar e ter qualquer frase roubada de um livro clichê acompanhada de um "ei, eu tava errado, volta?".

Não, eu não quero voltar. A gente não tá mais junto por um motivo, e depois do fim vieram outros motivos que me fizeram ter certeza de que não ia dar certo. Mas eu faço o que com a saudade? Eu faço o que com esse sentimento que me derruba sempre que qualquer maldita lembrança sua entra na minha frente? Cara, que saudade de reclamar do seu jeito. Que saudade de ouvir sua voz no telefone falando qualquer coisa inútil, e ao fundo a voz do nosso cantor favorito enfeitando aquele momento. Eu tô sentada bem aqui na frente do computador, ouvindo o mesmo cantor e lembrando de cada palavra que saiu da sua boca naquela noite. Que saudade da sua boca. 

As coisas deveriam dar sempre certo. Não fosse todo o resto, você deveria ser meu pra sempre, a gente ia ter três filho, colocar dois nomes em cada um. Você deveria corrigir meus textos enquanto eu tivesse vontade de escrever. E nossos amigos deveriam nos zuar por sermos tão cafonas. Seu nome combinaria com o meu, e eu iria escreve-lo do jeito errado só pra te ver irritado. Eu iria crescer com você e a gente ia ser feliz pra sempre.

Não fosse todo o resto, que nesse caso não é só resto, eu e você estaríamos juntos e nenhuma saudade ruim estaria me fazendo escrever tudo isso. Mas tem o resto, tem minhas bagagens, suas decisões não tomadas. Eu queria que nada disso importasse, mas como diria Hazel Grace, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos. Se fosse, a gente tava junto e eu nunca estaria escrevendo sobre isso, ou eu teria ido dormir sem ouvir música nenhuma, sem sentir saudade nenhuma, e continuaria feliz por tido uma noite bacana. 

Quem é que vai saber o que teria sido melhor? Sinceramente, eu não sei.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

You're my end and my beginning

Texto inspirado na música All of Me

Eu tive um sonho uma vez, um rapaz de sorriso largo, andarilho por essas bandas me conhecia e desenhava uma historia comigo. Um sonho tão bonito, feliz. Nunca te contei sobre isso né? Lembrei do sonho no minuto que te conheci. Um magrelo de cabelo certinho, com um livro debaixo do braço, sorriso grande e olhos curiosos. Exatamente como um sonho, como o sonho.

"Esse é meu amigo, veio da cidade vizinha me visitar, arrastei ele pra cá." 

Eu te olhava, imaginado sua vida até aquele momento, imaginando que você detestava todas aquelas musicas de axé, e que estava morrendo por dentro por ter aceito ir pra aquele baile de carnaval, á notar pelo livro quase implorando pra que você saísse daquela multidão e buscasse um cantinho pra mergulhar nele.

Ah, que clichê. A garota que escreve se apaixona pelo menino que gosta de ler. Ora, ninguém se apaixona por uma qualidade somente, é o conjunto da obra. É a risada que invade a sala. O jeito desconcertado de dizer que ama. São todas as coisas que eu encontrei dentro desses olhinhos castanho-escuros.

Ei garoto, cuida bem desse amor que eu tô te dando. Muito tempo atras eu sonhei com um romance assim, mas amar com reciprocidade é uma felicidade difícil de administrar, principalmente pra alguém com uma mente como a minha, que adora analisar o que sente, o que o outro sente, e o que o mundo sente em relação á ambos. É.

Só que tu tá aqui né? Do meu ladinho. Então preserva direito o patrimônio do meu coração. Tô aqui pedindo com jeito por que sei que o trabalho é árduo, mas sabe, a recompensa é garantida meu amor. É uma troca demasiada justa, eu te dou tudo de mim, e você me dá tudo de você.

É assim que os casais felizes continuam felizes né? Whatever. É assim que eu quero ser feliz com você.

Enquanto ainda sinto


O amor que não é livre é perigoso. É feio.

Por isso não te peço nada. Por isso não te obrigo a ficar aqui, não te afobo. Nem fico por aí te caluniando, como se não me amar assim como eu acho que te amo fosse um crime e espalhar que você é um babaca completo, o jeito mais certo de obter justiça. De justo isso não tem nada. É coisa de gente mimada, que não sabe o significado de um "desculpa, mas não dá mais".

Por isso não te cobro amor, não te peço atenção. Não te peço nada.

Talvez eu devesse ter tentado mais, ter insistido. Mas eu odeio tudo que vem por obrigação. Quem ama, sente do fundo da alma vontade de estar junto. Não existe dúvida, só certezas. Absurdas e lindas. Você foi embora, arrumou suas malas e deixou tudo organizado por aqui. Eu baguncei tudo e botei a culpa em você.

Mas a culpa não é sua não, nunca foi. E nem minha, pra falar a verdade. Quem vai culpar uma garota sonhadora, influenciada por música pop e livros do Nicholas Sparks, por se apaixonar e ficar revoltada por que não teve seu final feliz? Eu não me sinto culpada. Eu sou assim, eu amo. E choro. Me arrependo. Não esqueço fácil. Não sei como lidar e fujo. Depois volto, e começo de novo. Tudo bem ser assim.

Quanto á você, fique á vontade, ame sem medo, escolha o que quiser. Gosto de liberdade, e gosto de ver quem eu amo com esse sorriso na cara, coragem nos olhos e uma baita vontade de ser feliz. Os meus sentimentos são meus, e eles vão se ajeitar. Cuide do que tem aí, na sua vida.

Queria te pedir pra ficar, e todo o resto que vem com isso, mas tenho que admitir, soltos um do outro a gente é bem melhor. 
(Escrevi esse texto depois de ouvir 
essa versão linda de Stay With Me, e refletir um pouco
 sobre o amor quase implorado da letra...)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

É


É clichê demais dizer que o vento soprando o meu cabelo na janela do seu carro é a sensação de que finalmente encontrei o que eu tava procurando? É muito cafona pensar e sentir e não caber em mim tanto amor? É cafona amar?

Sabe querido, eu estive andando por lugares escuros nos últimos anos, e sei que refleti minha escuridão enquanto você tentava me roubar pra me devolver docemente depois. E sei que fui uma garota má. E você foi o cara insistente. Insistindo sempre.

Olhe para o meu coração agora, olhe dentro da minha alma, vê? Eu sou luz, baby. Eu brilho por sua causa. É sua maneira de me fazer ser a pessoa mais legal do mundo. É o seu humor característico que me tira do eixo. É a sua verdade estampada em cada ato de coragem, em cada atitude que grita um amor que não precisa de trechos musicais, mensagens inflamadas de emojis em forma de coração. É sua vontade de vir. É você que vem sempre que tem vontade, é você que tirou todos os pontos de interrogação da minha cabeça e plantou uma certeza bonita demais.

Me descobria uma garota chorona e insegura toda vez que me apaixonava por alguém. Mas sabe de uma coisa querido? Não era você. E isso responde todo o resto antes de você. Não deu certo por que não era pra ser. Por que não eram seus olhos, mãos e cabelo, não era seu cheiro exalando pela minha vida, não era sua risada gostosa, não era o meu sorriso torto e infantil. 

Mas agora é. Poxa vida, como eu tô feliz. Juro que poderia escrever uma bíblia inteira pra dizer o quanto sei que te amo e sei que me ama. Só que pra que né? Prefiro fechar o notebook e te atender na porta. Tem uma historia inteira pra gente escrever junto, e o melhor: num lugar que só a gente vai saber e sentir. Dentro dos nossos coraçãozinhos cansados e sorridentes. Tem lugar melhor? Não, amor. Não tem.