sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Playlist: as minhas antigas prediletas ( ou não tão antigas assim, vai)



Não sou do tipo de pessoa que acumula muita coisa, gosto de limpeza, gosto de vazio. Por isso tô sempre apagando todo quanto é tipo de arquivo que não uso mais. Tiro gente inconveniente da minha vida com muita facilidade, jogo meus papeis fora sem nem pensar duas vezes. Mas com música é um pouco diferente. Existem duas coisas que eu nunca vou apagar do meu HD, 500 dias com a Summer, e todas as minhas musicas preferidas. São muitas mesmo. Uma pra todas as situações ( Fidelity, Regina Spektor) e tantas outras que se encaixam em cada momento da minha vida.

Resolvi mexer na bagunça aqui e escolher as mais mais da minha lista, espero que gostem!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Enquanto você dormia


Texto escrito ao som de Chasing Cars

O barulho dos pingos delicadamente respingando na janela desse quarto inevitavelmente me deixam deprimida. Chuva sempre me deixa assim. Sinto que a água que cai do céu escorre as sujeiras do telhado, e  escorre também tudo que tá escondido nas quinas no meu coração. Escorre em frases soltas que eu tento juntar.

Não ter ninguém pra ouvir não me impede de falar.

Minha alma lateja enquanto te olho dormindo tão sereno na minha cama, emaranhado nos meus lençóis floridos tão qual se emaranhou na minha vida. É engraçado e desesperador ao mesmo tempo. Esse breve momento de calma não consegue se perpetuar nos meus dias sem graça nenhuma.

Já cansei de falar dos meus medos. Já te enchi das minhas manias banais, dos meus erros inconsequentes, te contei das cicatrizes e das dores que ainda machucam. Agora não tenho mais nada, só a carcaça de alguém que não viveu quase nada, tão pouco interessante quanto qualquer conversa de corredor que você tenha tido essa semana.

Mesmo assim meu corpo inteirinho quer que você tente. Os bipes dentro da minha cabeça gritam que eu não sou pra você, que seus hobbies não se encaixam nos meus e que minha cantora favorita é tão Disney que não tem como comparar com suas letras musicais cult. Ainda assim meu coraçãozinho quer que você tente.

Dentro da minha bolha eu não consigo pensar em como você se sente em relação à tudo isso. Eu egoísta sem querer, só vejo o silêncio vindo de você e a lacuna que tá abrindo devagar. Eu vejo nossas escolhas tão rápidas e penso se a gente não pisou no acelerador sem pensar direito. Se a gente não trocou as linhas e tá fazendo tudo errado. E se não for o certo? Mesmo se não for, eu te quero tanto que dói.

Você se vira devagar e solta um suspiro profundo, eu sorrio num breve momento de tranquilidade. Todas as suas frases de amor surgem no meu pensamento, sua declaração que moldou meu coração de um jeito bonito, seus beijos apaixonados, sua coragem pra enfrentar qualquer coisa por mim. De repente tudo isso vem a tona e minha incapacidade de aceitar a felicidade se mistura com a felicidade propriamente dita. Aí eu deixo todo o resto pra lá.

Quando você acordar vai contar qualquer coisa pra me ouvir rindo, vai me convencer de novo que a gente vai dar certo pra sempre. Do lado de fora a chuva vai parar, e sol vai sair pra secar o telhado já limpo. Do lado de dentro você vai me abraçar, e vai irradiar o que ainda tá escuro por aqui.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Devaneios

Você pode ler esse texto ao som de  Thinking Out Loud.

Quando Ed Sheeran toca no meu fone de ouvido eu não consigo deixar de pensar em todas as mil possibilidades que envolvam nós dois. Mesmo hoje, depois de tantas voltas que a gente já deu, eu ainda sinto uma mistura de medo, angústia, felicidade, e dúvida. O meu coração tem mania de prestar atenção demais nos detalhes e cada vírgula digitada faz minha cabeça girar 360º.

24 horas do dia não são suficientes pra alimentar todas as minhas paranoias. É um saco.

A culpa não é sua não, eu sei que fico estranha do nada e te faço ficar maluco tentando adivinhar o que tá me afligindo, eu sei que sou difícil de lidar, sei que sou um poço de teorias que não fazem sentido numa realidade certa. Mas na minha realidade paralela, toda errada, essas teorias são tão convincentes que conseguem destruir minha frágil estrutura assim, num estalo.

Eu penso no seu beijo e sorrio. Eu penso na mensagem que você não respondeu e começo a chorar. Eu penso no seu bloqueio emocional paterno mal resolvido e tenho medo. Eu jogo tudo no liquidificador, coloco qualquer melô internacional e fico pequeninha perto da montanha de tranqueiras emocionais acumuladas dentro de mim.

Te alertei de tudo isso antes de você se enroscar na minha teia, te avisei sobre quem eu era e de todas essas coisas absurdas que eu to reafirmando aqui. Você quis arriscar e até então deu certo, amor. Agradeço a paciência e a insistência comigo. Nos raros momentos de lucidez que tenho sobre nós dois, eu fico serena só de pensar em como você tem tentado. Isso faz um bem, que cê nem imagina.

Longe de mim querer que além de tudo você me entenda. Acontece que eu coloquei o ruivinho pra tocar aqui no aleatório, e cê sabe que meu grau de sobriedade mental fica bagunçado com ele tocando sem parar. Então, releve se eu for chata demais. Me obrigue a ouvir funk ruim, me dá um abraço desses que só tu sabe dar e finge que eu sou a garota que não sabe falar inglês e tem cabelo cacheado, aquela que parece perfeitamente normal olhando de longe.

E, secretamente se apaixone pela minha loucura, por que dentro dessa loucura toda eu ainda to te amando. Cada dia um pouquinho mais.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Será que?



Hoje eu esperei você me ligar. Isso ainda não tinha acontecido nos três ou quatro meses que a gente tem se visto. Sei lá. De repente eu comecei a te olhar diferente, comecei a sentir um puta medo de você ir embora da minha vida e tirar toda a cor que cê fez aparecer por aqui.

Eu andei reparando em coisas que amigo que é só amigo mesmo não repara. Tipo que sua boca tem um desenho bem feitinho, que sua mão é tão macia que dá vontade de morrer com os dedos entrelaçados nela, que eu gosto muito muito muito de te abraçar, e que o seu corpo esguio encaixa no meu esqueleto magricelo de um jeito doido.

Queria saber em que ponto do caminho deu esse estalo na minha mente que me fez sentir um batalhão inteiro de borboletas fazendo uma bagunça no meu estômago cada vez que o celular vibra e tem qualquer emoticon engraçadinho na sua janela de conversa. Onde será que tudo mudou?

É diferente com você. Metade por tu saber mais de mim do que eu mesma, e metade por que dessa vez o meu maior medo não é me machucar, e sim, te machucar. É diferente por que você é diferente. É sincero, é doce. Você não fazer a menor ideia que é incrível, te faz 20% mais incrível. Não tem metade dos requisitos que eu julgava necessários pra me fazer feliz, não faz esportes, não toca violão, não é sedutor e nem tem pinta de cafajeste. Você é real.

Eu achava que precisava de um cara pra me segurar, pra me proteger do mundo. Mas não. Você é frágil e inconstante que nem eu, e me faz querer vencer junto contigo. Eu achava que queria alguém pra me fazer feliz e pronto, mas você coleciona sorrisos inumeráveis no meu rosto e na soma total, dá mais felicidade que qualquer outra coisa.

E eu nem te amo ainda, tipo, esse amor que faz a gente desbravar a tudo e a todos sabe? Esse de filme, meio louco e inconsequente, ainda não. Só que tem sido bom esse tempo com você, o suficiente pra eu não querer ir embora.

Talvez a vida surpreenda e faça se tornar amor. O beneficio da dúvida não vai me atormentar enquanto eu tiver certeza que independente de qualquer coisa você fica. Se amigos, colegas, irmãos de consideração, ou qualquer outra coisa que venhamos a ser... se em qualquer hipótese você prometer ficar, então tá tudo bem.

domingo, 14 de setembro de 2014

Meus Meninos


Começa com uma amizade inocente e acaba comigo enxugando o pranto dos garotos que sofrem por um coração partido, corações estes que nunca se esguia pra mim desse modo, só pra outras pernas e olhos e cabelos. E por que? Sou legal demais, sou parceira demais, sou melhor amiga demais. Quando inventaram o termo friendzone, vieram me perguntar se condizia com minhas experiências sentimentais. Sério.

Nunca fui de fazer amigos homens com facilidade, ria de algum comentário, sempre estava por perto dos caras legais da turma, mas não era amiga de sentar e contar os medos e ilusões. Eu, como a maioria, deixava minhas amigas fazerem isto. Me tornei uma ótima ouvinte, a maioria delas me ligava de madrugada pra chorar despedidas românticas, apedrejar o novo affair do ex, descobrir o perfil do bonitinho da outra rua... Eu ajudava, ria e consolava. Mas não sentia reciprocidade.

Com o tempo passando, as espinhas sumindo e novas responsabilidades surgindo, eu fui ficando de saco cheio dos mimimis femininos, da constante falta de tempo pra me ouvir, e dos assuntos sempre tão irrelevantes. Não que eu tenha exterminado o bonde da chapinha da minha vida, mas eu comecei a abrir meu coração pra amizades masculinas que fizeram uma pequena bagunça em tudo. Me tornei expert em fazer amigos homens. Não vou nem citar as vantagens disso, por que são incontáveis. Porém, tem uma desvantagem terrível: morrer na praia da friendzone, sempre.

Tenho amigos que me dão conselhos sobre relacionamentos, tenho amigos que conseguem o telefone dos amigos ( que no final, vão se tornar meus amigos também), tenho amigos que eu gostaria muito de despertar um sentimento diferente mas não consigo. Das vezes que eu fui clara e joguei as cartas na mesa, sempre ouvi o discurso batido de que eu sou linda, gente boa, e que seria besteira estragar a amizade.

Acho que tem muito a ver com meu instinto maternal, estou sempre perguntando da vida, de questões mais profundas, gosto de dar carinho, de cuidar. Acabo me tornando aquela irmã mais velha que dá bronca, que tá sempre ouvindo o chororô e fazendo um cafuné enquanto o cara tá na bad. Fico próxima o suficiente pra ele me considerar da família. Tipo mãe mesmo.

Joguei no twitter outro dia que estavas prestes a viver novamente a frustração de ficar amiguinha do paquera, e uma amiga sabiamente aconselhou: compartilhe música, e não poesia, enxergue a linha tênue entre amizade e amor. Eu tentei, mas sou toda poesia doada. Quando vejo, já arrebentei a tal da linha e estou completamente do lado que não queria estar. Tenho jeito não.

Me perco nos braços de alguns cafajestes vez ou outra pra me livrar da carência, e vou tentando do meu jeito torto transformar qualquer melhor amigo em melhor amante. Vinte anos não foram capazes de me fazer desistir. Sou dessas que tentam incessantemente. Burrice ou coragem? Responda-me se for capaz.