segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Monomania



Olha só pra ele, fala com tanta convicção sobre tudo. Já terminou a faculdade? Já trabalha a quantos anos? Ele gosta de mbp? Espera, sem muitas perguntas. Disfarça, não mostra interesse. Lembra o que disseram, o amor odeia ser perseguido. Então olha pro outro lado, não tanto, vai parecer esnobe. O amor também não gosta de ser esnobado.

Ok, ok, sem pressão. Conversa, ri, faz contato visual. Ele não devia me olhar desse jeito, eu vou conseguir desviar da boca dele? Eu preciso, tenho que esperar, agora não é a hora, nós nem saímos ainda! Preciso ter certeza que ele está afim, tenho que colocar ele na palma da minha mão. Tenho que me fazer de difícil, tenho que rebolar, tenho que oferecer e depois tirar. Eu tenho. Eu tenho?

Existem tantas regras, é complicado acompanhar esse jogo. Olha por cima do ombro, sorri e desvia. 1 ponto pra mim. Ele manda sms com indicação musical, eu gosto. 1 a 1. Que empasse. Ainda estou confusa com o tempo desse partida. Se der empate, quem ganha? Se eu ganhar, o que eu ganho? Um cara totalmente aos meus pés? É isso o que eu quero?

Não pensa tanto, se você ficar pensando o tempo inteiro nisso, fica tão obcecado que não vive. Pelo menos é o que dizia aquele livro, lembra? Tem que esquecer esse assunto, deixar as coisas acontecerem. Mas pelo menos mostra interesse né? Nada acontece sozinho. O amor é só um acessório. Ou será que ele é tudo?

Olha ele lá, saindo da biblioteca com uma garota. Espera, uma garota? Um beijo, na... buchecha, ufa. Outro beijo, esse foi onde? Ah sim. Entendi. Então o que, perdi de novo? Tudo bem. Eu sabia, todos os homens são iguais, eu não preciso disso. O amor é bobagem, é coisa de gente tola.

Celular vibrando, sms, é o cara que mora no outro apartamento, o da frente. Ele é bonito, engraçado. Será que atendo? Será que dou uma chance? Meus pais não gostam dele, minha amiga vai pirar quando eu contar. Oh meu Deus, estou fazendo de novo né? Ok, entendi. Sem regras dessa vez. Sem perguntas. Apenas deixe fluir, fluir. Fecha os olhos e se joga. Respira fundo, agora vai.

Alô?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Relicário



Pequenas coisas transformam nossa vida. Pelo menos a minha. O coração batuca mais depressa com pedacinhos de infinito que envolvem meus dias, um a um, deixando tudo bem mais bonito.

Como rodopiar num gramado verde e ficar tonta de tanto rir. Ver os fogos no céu do ultimo dia do ano. Encontrar pelo caminho uma estrela cadente, e ter do lado alguém importante. Ouvir musica alta sozinha em casa, e dançar loucamente sem se preocupar com absolutamente mais nada. Provocar  um sorriso daqueles que a pessoa até feche os olhos.

Receber aquele abraço de urso. Acordar com sms na madrugada, mas dessa vez sincero, por favor. Perceber que o dia de expediente passou bem rápido. Andar uma avenida inteira e depois tomar um copão de suco de morango, ou de uva, ou qualquer um bem docinho. Sumir por duas semanas inteiras e ter pessoas que sintam sua falta.

O cheiro do perfume daquela pessoa. A mesma pessoa dizer que ouviu uma musica e lembrou de você. A musica ser do John Mayer. A musica ser Half Of My Heart.

Passar 10 camadas de rímel e não borrar. Não pegar trânsito. Beijo na testa. Mordida no lábio entre um sorriso. Risada alta. Livraria vazia. Encontrar uma caixa de cds. Final de tarde sem nada pra fazer.

Terminar alguma coisa. Conversar por horas á fio. Ficar em silêncio com alguém. Ter alguém. Ser feliz sozinho. Não precisar fazer sentido. Não precisar impressionar. Ver bondade nas pessoas. Falar bem de alguém pelas costas. Descobrir uma música boa. Saber o que dizer. Dar conselhos. Segui-los.

E se alguém por ventura, me perguntasse o motivo do meu riso, eu diria viver. É, viver. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O fim do arco- íris


Domingos são um saco. Principalmente quando acaba o Fantastico, e eu começo a trocar de canal mesmo sabendo que não tá passando mais nada interessante. Pânico, filmes de terror, babaquices sobre famosos. Melhor ir dormir. Meio contra a vontade eu arrasto meus pés pro meu quarto, coloco a cabeça no travesseiro meu sono evapora, com num toque de mágica. Resultado de ter acordado as duas da tarde. Mas tudo bem, eu sei onde isso vai dar. Depois de checar todas as redes sociais no celular, contar carneirinhos, cavalinhos e estrelinhas, eu me pego olhando pro teto, e de novo, colocando minha vida em pauta.

Se bem que nos últimos dias, tem sido prazeroso fazer isso. Principalmente depois de abrir o portal da faculdade e ver minhas notas desse bimestre. Decidir entre estudar e conquistar o carinha da turma de arquitetura foi difícil, mas meu diploma vai valer bem mais daqui uns anos. Além do que, aquele cara era bonito, mas não tinha papo, e eu tenho preguiça de gente que não sabe conversar.

Mas minha tranquilidade com a vida, vai além das minhas notas, o meu destino tem tomado um rumo que eu realmente não esperava. De um jeito, um tanto quanto positivo. A minha listinha de planos pra esse ano ainda tá colada lá na parede do meu quarto, mas só pra decorar, por que á essa altura, não faz mais sentido olhar pra uma lista com todos os itens cumpridos. E ainda estamos em setembro!

Sem contar as coisas que eu não tinha nem pensado que poderiam acontecer. Como me decepcionar com alguém especial, e aprender muito com isso. Ou como viajar com meus amigos pra uma cidade linda, levando lembranças que vão muito além das fotos postadas no facebook.

Eu descobri que felicidade é totalmente relativo. Talvez o pote de moedas pra mim, seja minha formatura. E pra você, pode ser qualquer coisa. A gente é que escolhe. Eu odeio essa gente que precisa deixar tudo igual, formar uma ideia e necessitar que as pessoas concordem. Cada um é cada um, e afinal, essa é a graça da coisa toda.

Well, talvez eu ainda não ande por aí com as roupas que eu fico babando no instagram, ou eu ainda não tenha o cabelo perfeito que eu sonhava com os meus 15 anos. E pode até ser que eu ainda veja aquele filme bonito na companhia de tão somente um potão de sorvete. Mas sabe, não são essas coisas me me movem. Minha vibe é sair por aí com meu carro, sem pressa, com meus amigos chatos e incríveis. Ou só com eu mesma na cama no meu quarto, sorrindo por saber que eu não preciso fingir que sou feliz. Eu só... sou. Sem meias verdades, ou qualquer hipocrisia nojenta. I'm fine, baby. I'm fine.