terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Teto de cinema


Olhos na parede. No teto. Teto de cinema. Tá passando aquele filme que eu já vi. Espera, não é o mesmo. Mas parece. Mesmos sorrisos. Mesmos motivos. Mas o mocinho é outro. Ou será vilão? Não sei. Melhor ver o final. A protagonista parece comigo. Tem meu jeito. Meus olhos. Meu coque no alto da cabeça. Ela está feliz. Mais que eu. Espera. Aquela sou eu. Ah é. Não é filme. São lembranças. Mas quero continuar assistindo. Remoendo.

Tô parecendo maluca de novo. Por que eu sempre faço isso? Fico mexendo, revirando. Como se eu gostasse da sensação de podia-ter-feito-mais-alguma-coisa. É inevitável. Acho que é quase uma obrigação essa temporada de fossa depois de cada romance mal terminado. Voltando e chorando. Mas chorando pela falta, pela saudade. Por que a gente nunca lembra direito do que fez acabar. Isso se desfaz com o tempo. O motivo nem é importante á essa altura. Mal consigo ver o que fez cada um ir pra um lado. Eu gosto é do meio da historia. Toda essa felicidade. Aquela felicidade. Aquelas mãos. Aqueles abraços.

Quanto mais intenso o amor, mais demora pra passar a vontade de refazer esse ritual de sofrimento. Dando play nesse filme com final turvo, embaçado. Sofrendo com alguém que já se foi faz tempo. Mas continua ali. Dentro do peito. No fundo da alma. Estragando o filme no fim de semana. Deixando o sorvete com gosto azedo. Fazendo tudo que é bom parecer sem graça.

Eu sei que é tarde pra começar de novo. Eu sei que meu pobre coração não pode mais suportar outras perdas. Outras coisas que eu sei que não vão dar mais certo. Eu sei que o fim, naquela hora, foi a unica saída. E sei que aquele adeus, não foi um adeus de verdade. E que eu vou te ver pelas esquinas dessa cidade, que é pequena demais pra esconder um sentimento que um dia foi grande. Eu sei de tudo isso. E por isso, eu quero estar feliz e sorridente quando isso acontecer, quero ter superado toda essa nostalgia que me pega nas noites de insônia, fazendo com que eu parece maluca. Mas esse encontro casual entre duas pessoas que se amaram um dia, eu deixo que o destino reserve pra nós. Por hora, eu quero mesmo é voltar pro meu teto de cinema, apertar o replay na minha memoria, e assistir de novo esse filme bonito que até bem pouco tempo a gente estrelava.

Um comentário:

  1. Oi Débora tudo bem?
    Vi seu comentário no meu blog, me manda um email pra gente conversar direitinho...
    O face me bloqueou de adicionar pessoas por mais 12 dias =( rs...
    larihennydth@hotmail.com

    ;* Larissa!
    www.19outonos.blogspot.com

    ResponderExcluir