terça-feira, 27 de novembro de 2012

Esperando


Passou por mim aquele cara da rua 15, o bonito com jeito de moço de família. Ele me olhou, deu um sorriso de canto e seguiu. Minhas amigas quiseram me matar por não ter aceitado o convite dele, pra cair na night outro dia. Engraçado, de repente todo mundo resolveu que eu preciso de um cara na minha vida, de preferencia pra ontem.

No auge da minha adolescência eu concordaria, e até ficaria depressiva por tal motivo, mas agora? Poxa, eu já passei dessa fase. Na verdade o vestibular na semana que vem é que me preocupa. Colei  meu rosto nos livros, e sou interrompida  por sms de meia em meia hora, do tipo: " amiga, o matheus da farmácia perguntou seu numero, posso passar?" ou então: " tô arrumando você pro meu vizinho, na festa sábado ok? ". Amigas amigas, as vezes ajudam, mas ás vezes perturbam, até demais.

Minha resposta  pra este tipo de pergunta nos últimos meses tem sido um sonoro não. E de cara eu tenho que aguentar um monte de desocupados falando que eu sou metida, arrogante e coisa do gênero. E antes que alguém solte aquela perguntinha chata sobre eu ter medo de acabar sozinha, já vou dizendo que medo eu não tenho. Eu tenho é uma pulga atrás da orelha quando vejo esse amor tão fácil que andam pregando por aí. O "pra sempre" de três meses, na verdade tem me feito rir.

Desde que escrever virou um vicio na minha vida, eu traço metas todo final de ano. E a primeira lista tinha quatro itens relacionados á encontrar alguém, ter um namorado, coisas assim. E de lá pra cá, os item com esse tipo de assunto foram diminuindo, até a lista do final do ano passado:

  • Tirar a carta de motorista
  • Tratamento capilar
  • Tratamento dentário (finalização)
  • Prestar vestibular
  • Me importar menos 

E só. Não vou mentir, dizer que sou um iceberg, que não tenho sentimentos. Claro que tenho. Mas sabe, vai passando a vida na sua frente, e você vai aprendendo a medir a intensidade de cada coisa dentro de você, e ser mais razoável no que diz respeito ao coração.

Resolvi acertar os ponteiros do que eu alcanço: vida profissional, minha relação com amigos e família. E deixei meu eu romântica sentada num banco por aí. Li em algum lugar que o amor é um bichinho felpudo vermelho que foge dos desesperados. Peguei pra mim a teoria, e tô aqui, seguindo minha vida e guardando todo meu sentimentalismo pra esse cara mega especial que vai aparecer na esquina, ano que vem, mês que vem, ou hoje, quem sabe. O tal cara que vai ter alguma coisa na cabeça, grandeza de coração, e que vai me fazer rir de verdade. 

Daí eu busco o meu eu que tá lá sentada em um banco, e vou ficar feliz por mim, e não por que minhas amigas legais e dramáticas achem que eu precise. Afinal eu sou feliz. Mas sei que quando aquele cheiro de romance estiver no ar eu vou ficar ainda mais feliz, e mais e mais cada dia. E que assim seja.

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