sexta-feira, 16 de novembro de 2012

É fácil, é simples, é amor


Sou a velha de 18 anos da minha turma, sempre fui. Com esse ar rabugento reclamona que eu quase me orgulho de ter. Ouvindo discos dos anos 80. Baixando Bon jovi no meu celular fácil de mexer, que eu demorei muito pra achar (todas as lojas só vendem aqueles com toque na tela que eu tenho preguiça da dificuldade). Eu nasci na época errada, na década errada. Eu ando por aí no fim de semana e tenho certeza que queria ter vivido nos anos do cabelo black power.

Me senti deslocada todos os anos desde que nasci, ficando confortável só depois que pude conversar com gente mais velha, com assunto mais "adulto". E hoje, me entendo somente com os amigos dos meus pais, que agora são meus amigos. Até cinco meses atrás, quando te encontrei numa loja de 1,99 comprando um fone novo pro seu Ipod, enquanto eu estava á caça daquele abajur floral lindo com cara de antigamente. Você deve ter me achado bonita e burra o suficiente pra tentar aquela cantada barata do borracheiro.

Eu te achei babaca por um segundo, mas você disse que queria ser sincero pra falar comigo, e que não era bom em cantadas, mas que se eu quisesse sentar no café ao lado e conversar com o cara que você era de verdade, ele seria sincero e menos idiota. Eu aceitei. Sempre tive um eu curiosa que não pensa nas coisas direito. Fiquei muito instigada com seu jeito, e claro que o seu sorriso brilhante e sua voz meio rouca nada teve a ver pra eu ter aceito seu convite. E que belo convite.

Você não gostava de Beatles, nem de filmes do DeNiro, e nunca tinha ouvido falar de Woodstock. Mas seu riso fácil era bom de ouvir. E seu interesse real sobre mim foi diferente, e bonito. Juro que tentei disfarçar o entusiasmo de ter alguém com menos de 30 anos achando graça do meu jeito de ver essa vida. Mas não deu. E que bom que não.

Eu ainda tento te convencer que Cold Play nem chega aos pés de Rolling Stones. E ainda me esforço pra sair com seus amigos e as namoradas frescas deles. Mas faço isso feliz, suave.

É, eu me encantei. Mesmo você ouvindo sertanejo. E assistindo jogo loucamente aos domingos. Mesmo você nada tendo a ver comigo. Eu gostei de você. Por que você gostou de mim. E a gente ficou nesse gostar infinito. Que eu teimo em não chamar de amor. Só pra ver você teimando comigo dizendo que é. Sempre foi. E sempre vai ser. Nosso lindo amor.

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