quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Gente grande

Carros,pontes e faróis no meu rosto. Cidade grande pela janela do taxi, e pela vista do apartamento minusculo do centro. Ruas agitadas, prédios espelhados. Gente apressada em baixo desse céu cinza. A vida passou tão rápido nesses três anos. Faculdade. Independência. Emprego novo. Tudo assim de repente.

Quando vou ali na padaria sozinha e coloco meu óculos apressada saindo as 7:15 da manhã, me sinto ótima. Responsável. A protagonista dos meus filmes preferidos. Mas a noite vem. Os domingos de manhã vem. E vem junto a saudade do calmo, do colo, e de tudo que eu deixei antes de vir atrás desse objetivo maluco. Antes sonho inalcançável, agora realidade quase que inacreditável.

O feriado chega daqui duas semanas. Vou passar uns dias lá. Onde eu tracei meus planos. Na varanda ensolarada daquela casinha com cheiro de comida as dez da manhã. Vou indo com aquela saudade de tudo que é simples e incrivelmente bom. E depois da folga, vou voltar pro apartamento pequeno da cidade nublada. Ouvir Ed Sheeran e chorar com os pássaros no começo de The a Team. Lembrar das arvores grandes que só existem perto do meu verdadeiro lar. Mas passa. Essa síndrome do Peter Pan querendo ser criança pra sempre dá lugar a garota sonhadora que quer uma vida melhor. E maior. Buzinas noturnas invadem meu quarto e eu pego no sono repetindo aquilo que eu quero acreditar: Vai valer a pena, eu sei que lá na frente cada segundo sozinha nessa mundo que não é meu, vai ter valido muito a pena.

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